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terça-feira, 4 de outubro de 2011

O BEATO

O BEATO

Seu Pepeu era um homem muito dedicado à vida religiosa. Não havia ano em que na época da festa da padroeira ele não passasse uma semana em jejum. O homem rezava o terço todos os dias e não perdia um novenário de Nossa Senhora Imperatriz. Ele vivia do comercio. Seu velho pai, Deus o tenha, o deixou uma casa de laticínio no centro comercial de Tobias Barreto – A Casa do Requeijão - como ficou conhecida por mais de cinquenta anos. Seu Pepeu podia todas as manhãs observar o movimento do povo indo e vindo na Avenida Sete de Junho bem próximo à Praça do Cruzeiro. Sua mulher dona Honorina era uma senhora alta, de pele branca, e feições europeias. Parece que descendia do povo do Sítio onde há uma explicita influencia holandesa.

- Pepeu! Disse dona Honorina.
- Sim! Respondeu Pepeu olhando para aqueles dois olhos azuis redondos.
- Pepeu, este ano nós vamos dar uma vaca para a reforma da Igreja na festa da padroeira.
- Honorina, essa foi uma grande ideia. Faremos cinquenta anos de casados no próximo dia três de Setembro. A festa da padroeira de Tobias era no mês de agosto, dia quinze do mês. Pepeu e Honorina estavam alegres com a proximidade das datas.

Pepeu tinha uma vida simples. Rezava, trabalhava e cuidava da família. Não gastava dinheiro com nada, embora fosse um homem rico. O requeijão lhe ofereceu uma velhice tranquila e credibilidade na sociedade tobiense. O casal tinha três filhos. Maria Rosa, a mais velha, separada do marido. Rosa ensinava no Estado. Eduardo, o segundo mais velho, era policial casado com uma moça chamada Isadora. A moça era de Lagarto. E o caçula Tadeu. Este não tinha jeito. Tadeu era um problema para a família.

Tadeu não gostava de estudar e nem de trabalhar. Fazia jogo do bicho de vez em quando. A maior parte do tempo passava com usuários de droga. Durante os últimos dez anos ele usou maconha. Agora a cidade de Tobias estava atormentada com a febre do craque. Tadeu conhecia alguns usuários, contudo, ainda não havia experimentado a pedra maldita.

- Tadeu, cara, você não imagina a viagem do craque. Eu gostei. Disse Porquinho. Porquinho era um amigo de infância de Tadeu.
- Rapaz, eu vou experimentar só para ver como é. Mas não quero ficar preso a isso não.

O tempo passou até que Porquinho apareceu com a danada para Tadeu experimentar. Eles usaram em um terreno baldio perto na saída da cidade. Os dois ficaram usando a pedra até o pobre Tadeu se viciar.
- Rapaz, você dizia que não ia se apegar. Tá vendo como o tempo passa e a gente nem percebe. A coisa é boa! Tadeu sentia que sua vida estava a cada dia afundando, mas, não conseguia parar de usar a maldita. O rapaz não tinha como pedir ajuda a família, pois, seus pais jamais entenderiam aquilo. Não demorou muito para a família notar que alguns objetos da casa estavam sumindo misteriosamente. Tadeu havia vendido a bicicleta e isso chamou a atenção de Pepeu.

- Tadeu! Venha cá rapaz!
- O que foi pai? Estou assistindo o jornal.
- Onde está sua bicicleta?
- Eu a vendi.
- Por quê?
- Sei lá, precisei do dinheiro.
- Estranho! Vai ficar a pé?
É.

Tadeu voltou para a televisão. E Pepeu para o quintal. Dona Honorina estava preocupada com a alimentação do filho, pois, ele parecia não ter mais apetite.

- Tadeu, meu filho não vai jantar não?
- Mãe, eu estou sem fome.
- Por que meu filho? Você não come mais? Tadeu pesava 80 quilos, agora o moço não passava dos setenta. A pedra havia tirado o apetite de Tadeu. O caminho para a destruição de sua saúde estava aberto. Às nove e dez da noite Tadeu sai de fininho para a casa de Porquinho. A rua estava escura. Havia um número pequeno de pessoas nas calçadas. Porquinho estava esperando o amigo na porta.

- Tadeu tem dez contos?
- Não.
- Estou doido para fumar uma coisa.
- Eu também. Disse Tadeu com voz ofegante. Um gosto de éter e cocaína vinha de suas entranhas. As substâncias letais saturaram seu corpo. O amigo o convida para entrar. Os dois se sentam no sofá da sala. A televisão estava ligada. Um noticiário dizia: “A policia prendeu 28 quilos de craque em uma residência na capital sergipana. Os policiais afirmam que o craque contém substâncias devastadoras. Até querosene já foi encontrado na sua formula”. Os dois colegas não tinham assunto para conversar. Ficaram no mesmo lugar em total indiferença. Ficaram assim até as onze horas, e ninguém apareceu para fumar com eles. Tadeu se levanta do sofá, vai até a porta e diz: “Valeu cara! Legal! Tadeu sai pela rua com uma angustia na alma. Um desejo quase incontrolável de consumir seu objeto de prazer. Uma viatura da polícia passa por ele bem devagar. O motor estava contado, os policiais olhavam para ele conversando entre si. Tadeu pensou sobre o que eles estavam dizendo. A viatura sai com pressa e desaparece na esquina duas quadras a frente. Tadeu se esqueceu dos policiais, e prosseguiu sua caminhada. Alguns minutos passam até o rapaz chegar à segunda esquina, a mesma que os policiais entraram. Tadeu dobra a esquina, levanta a cabeça e olha para frente, para o final da rua, mas, bem a sua frente estava um corpo caído. O rapaz para e pensa no que fazer. Pensou por um instante. Ele não havia ouvido tiros, a vizinhança estava em casa, o frio de Tobias espanta as pessoas das calçadas no mês de agosto. “E se ele tiver dinheiro”?” Pensou o filho de Pepeu. Tadeu corre até o copo e vira-o para ver se em seus bolsos havia dinheiro. Não havia dinheiro. Todavia, a maldita pedra estava lá. Eram sete pedras. Tadeu olha em direção a casa do amigo e volta para lá.

- Meu irmão, tem um cara caído ali. Eu olhei nos bolsos dele e encontrei a coisa. Vamos fumar!
- Vamos lá, meu! Os dois fumaram até o som da sirene da policia espantar a vizinhança.

Seu Pepeu se levanta assustado. Ele teve um sonho muito triste. Ele se via caindo num grande abismo. Contudo, antes de bater no chão, uma mão de mulher o ajuda. Era uma mão dourada que o segurava e impedia a trajetória da queda. Pepeu pediu água à mulher. Honorina estava do seu lado sentada na cama.

- O que foi homem, que você teve?
- Sei lá, Honorina, parecia que eu ia me estrepar no chão.
- E foi homem? Como foi?

Pepeu conta o sonho a sua mulher. Os dois pegaram o terço e foram rezar. Enquanto isso, no outro lado de Tobias, Tadeu e Porquinho estavam fumando a maldita. Eles estavam tão alterados que nem perceberam que a polícia estava na vizinhança fazendo perguntas. A polícia veio atender o telefonema da vizinha que ligou avisando do homem morto. A rua estava tomada de gente. Em Tobias quando algo acontece a notícia se espalha pela cidade como vento. Todo mundo quer ver o ocorrido, se possível, tocar.

- Rapaz, a rua tá cheia de gente!
- É o cara morto! Alguém deve ter avisado. Os dois voltaram para a curtição. Era mais de meia noite quando os policiais batem na porta de Porquinho. A casa estava infestada de evidências que comprovavam uso de entorpecentes. Os policiais, ao entraram, puxaram as armas e renderam os dois rapazes.

- Quer dizer que estavam puxando um? Quem matou o homem ali? Quem é Tadeu?
Porquinho disse que eles eram apenas viciados e que na casa dele não se vendia droga. Os policiais disseram que eles estavam à procura de um rapaz com as características de Tadeu, pois, uma vizinha o viu junto ao corpo. “Foi, seu soldado, Tadeu, o filho de Pepeu, estava virando o corpo e mexendo em seus bolsos; eu vi”. A policia levou Tadeu como suspeito do crime.

- Meu Deus, o que foi que eu fiz para merecer uma coisa dessas! Meu filho preso porque assaltou um homem para roubar drogas! Minha Mãe Santíssima!
- Acalma-te homem! Tudo vai se explicar! Disse dona Honorina para confortar seu marido. Dona Rosária aparece pelo muro do fundo da casa, no quintal onde Pepeu gostava de repousar, e diz: “Vai sair na radio!” Seu Pepeu se levantou da preguiçosa e marchou para a Sete de Junho. A radio ficava lá. As pessoas o atenderam muito bem, no entanto, eles não podiam deixar isso em branco porque o falecido era o famoso bicheiro da cidade. Ele era o homem morto no Padre Pedro, um conjunto habitacional de pessoas de baixa renda. “Meu Deus num acredito!” Exclamou Pepeu. Seu mundo estava desabando, sua fé estava sendo abalada. Sua vida, até aquele dia, fora uma vida de muita moral. Sua reputação era impecável. O nome de sua família com muito prestígio social. Ademais, a paz de seus dias parecia que estava chegando ao fim. Nessa hora, as pessoas religiosas usam a célebre pergunta: “O que foi que eu fiz?”

- Meu filho, algum dia eu fiz algo que servisse de mau exemplo para você. Disse Pepeu com os olhos cheios de lágrimas.
- Não é isso meu pai! Eu apenas experimentei e fui gostando quando me dei por conta, ela era mais forte de que eu. Falou Tadeu abrindo o coração.
- Meu filho, eu sempre fui uma pessoa honesta. Trabalhei muito para dar conforto a vocês. Eu não merecia isso.
- Sei meu pai, desculpe! Tadeu via que seu pai não abriria um dialogo aberto sobre o assunto. Por isso resolveu tentar sozinho o caminho de volta a paz.

Passaram-se três dias. Os exames cadavéricos comprovaram a inocência de Tadeu. Seu Pepeu ficou aliviado por um lado. Mas, a droga na vida de seu filho era um problema que ele teria que resolver. A polícia periciou o cadáver do bicheiro e descobriu que ele havia sido ele havia sido sufocado até a morte. A morte se deu por volta de seis da tarde e puseram o corpo ali para incriminar o rapaz. Tadeu era usuário de drogas, as chances para a polícia pôr a culpa nele eram grandes. Eles só não sabiam que o usuário de drogas era filho de Pepeu. O fato de Tadeu ser filho de Pepeu motivou as autoridades a esclarecer os fatos.

- Tentaram armar contra o rapaz. Disse o cabo Raimundo.
- Eu sei seu Raimundo. Disse Pepeu com um ar misturado de alívio e vergonha.
- Mas, seu Pepeu, você tem que tratar Tadeu. O craque é uma droga devastadora, é um caminho sem retorno.
- É isso mesmo, seu Raimundo. Quanto é o tratamento? Perguntou seu Pepeu com um tom nervoso na voz.
- Rapaz, em Aracaju, na Clínica Nossa Senhora das Dores custa quatrocentos reais por mês, fora o acompanhante nos primeiros dias. Sua pessoa deve saber. A abstinência do craque é muito traumática para o usuário, então, é bom que um membro da família acompanhe o viciado. Pepeu interrompe o cabo Raimundo e diz: “Muito bem, já entendi. Seu Raimundo muito obrigado por tudo”. Pepeu subiu a ladeira da Matriz em direção a Avenida Sete. “Quatrocentos reais! Tá doido Raimundo!” Pensou Pepeu.

- Tadeu, chega aqui!
- Sim, meu pai.
- Prometa-me, por amor de Deus!
- Sim, meu pai.
- Nunca mais se meta com gente drogada! Se você fizer isso de novo, eu o mando para o olho da rua!
- Certo meu pai.

Tadeu voltou a usar drogas. Ele sabia que não a venceria. Quando o craque se instala no sujeito, somente um milagre de Deus pode resgatá-lo, e parecia que o jovem Tadeu estava precisando de um. Tadeu voltou à casa de Porquinho. O bom filho volta a sua casa. Esse é um ditado muito certo quando nos referimos às drogas. O hábito retorna, e desta vez, com força sete vezes maior, digamos...
Porquinho e Tadeu fumavam todos os dias, três vezes por dia, que dava um total de oitenta e quatro cigarros por mês. Esse número era maior quando os amigos de outros bairros se juntavam com eles no fumódromo como eles chamavam – a casa de Porquinho. Algumas vezes algumas garotas se juntavam a eles, quando isso acontecia a orgia varava a noite. As coisas não pareciam tão ruins assim, a droga era fácil, o sexo razoável, as festas dentro das possibilidades, comida, cama quente e roupa lavada. Dona Honorina, embora soubesse de tudo, se mantinha calada porque temia a reação do marido.

- Meu amor a festa da padroeira vai ser linda!
- Este ano faremos bodas de ouro. São cinqüenta anos vivendo o sacramento do amor pelo casamento.
- É, meu bem. Graças a Deus que nossa família foi muito abençoada. Mal terminou a frase o radio anuncia a morte de um rapaz de vinte sete anos. “Foi encontrado agora a pouco, às dezessete horas, o corpo de um maconheiro no matagal próximo ao bairro Suti. Testemunhas dizem que foi a polícia que jogou o corpo no referido matagal. Vamos, agora, ouvir o depoimento do delegado”. “Bem, vamos tomar as providências para apurar as denúncias. Se for encontrado provas contundentes que a autoria do crime é da polícia, ou foram policias que jogaram o copo ali, todos serão punidos de forma exemplar”. “Mas, Dr. Telésio, como era o nome do rapaz morto?” “O nome do rapaz era Antônio Furtado Soares, vulgo, Porquinho”. Dona Honorina foi noutro mundo e voltou, e quando voltou, voltou tonta, e caiu no piso do quintal. “Chega!” Gritou Pepeu para alguém acudir à pobre. “O que foi mulher?” “Nada Pepeu. Foi só uma tontura, coisa de gente velha”. Dona Honorina se sentou. A imagem de seu filho estava em sua cabeça; ela precisava vê-lo. Mas Tadeu não apareceu aquele dia. Nem no outro, nem no outro, e assim foi por toda a semana que antecedia a festa da Santa da Vila de Campos. “Mulher, cadê Tadeu? Eu num vejo mais ele! Eu estou precisando dele no estabelecimento. Márcio está de dengue, e Tadeu vai ficar no lugar dele”. Dona Honorina não conteve a emoção e abriu o coração para o marido. Tadeu estava desaparecido. Três dias antes da festa, chegam dois policiais a casa de Pepeu.

- Bom dia moço!
- Bom dia!
- O senhor é o pai de José Tadeu dos santos?
- Sim, sou! Sim, eu sou! Gritou o pobre homem. Pepeu estava muito triste com o sumiço do filho. Embora não acreditasse que ele estivesse morto. Pepeu achava que seu filho, que não prestava, tinha partido.
- Seu filho foi encontrado hoje na estrada de Itapicurú. Ele está morto no IML em Salvador. Precisamos de sua ajuda para reconhecer o cadáver.

As palavras do policial adoeceram o velho Pepeu. Agora o coitado estava sem terra debaixo dos pés. “Minha Mãe Santíssima o que foi que eu fiz!” Mal terminou a prece o seu velho corpo caiu no chão. Pepeu foi levado para Aracaju em uma ambulância do município – fretar um taxi, segundo dona Honorina, seria muito caro. O estado do velho era grave.

- Pepeu! Pepeu!
- Sim, Seu Zacarias! Quanto tempo! Seu Zacarias tinha uma venda ao lado do estabelecimento de Pepeu. Os dois trocaram prosas durante anos. Seu Zacarias foi vencido pela pressão alta e agora morava do outro lado.
- O que você está fazendo aqui?
- Nem sei, senti uma dor no peito e acordei aqui. Que lugar é esse?
- É algum lugar entre o céu e a terra. Disse Zacarias.

Os dois amigos conversaram muito. Deram risadas, e jogaram dominó sentados na calçada. O prédio era alto e tinha muitas janelas. As pessoas desciam e subiam o tempo inteiro.
- Que prédio é esse?
- Aqui as pessoas fazem experiências. Quando elas se dão bem, elas sobem. Quando elas se dão mal, elas descem. Aqui a vida é encarada como uma tentativa. A moral está em compreender que todos são aprendentes de uma forma ou de outra. O julgamento é preconceituoso porque o tempo não para e as pessoas também. Assim, julgar alguém é considerar uma face de algo multifaceado.
- Não entendo! O que é certo é certo e pronto!
- É por isso que você está aqui.
- Como assim?
- É preciso o amigo aprender que o bem e o mal transitam entre si.
Pepeu acordou. Ele estava na UTI do Hospital João Alves. A festa da santa havia passado. O corpo de Tadeu não havia sido reconhecido. Pepeu pediu forças a Deus para saber do paradeiro de seu filho. O tempo passou e seu Pepeu melhorou. Dona Honorina providenciou um parente para ir a Salvador reconhecer o corpo.

- Tia! Não era Tadeu não!
- E agora meu Deus? Graças a Deus que meu filho não está morto! A felicidade tomou a casa. A família tinha esperanças de encontrar o rapaz. Os anos passaram e nada de Tadeu. Seu Pepeu estava velho. Muito cansado por causa do enfraquecimento do coração. Visitava muito pouco a igreja. Contudo, nunca se apartava de seu terço. Em oração constante e com muita devoção Pepeu rezava para a Mãe de todos os mortais. Sentado na preguiçosa adormece com o terço na mão.
- Pepeu! Pepeu!
Pepeu acordou; seu mundo não era mais o mesmo. Ele estava em uma praia de rio. A água era cristalina. Ele podia ver a areia branca no fundo. O velho levanta sua cabeça, avista uma figura de um rapaz sentado com uns colegas. O reconhece. Era Tadeu. O rapaz conversava com amigos. Entre eles estava o finado Porquinho. Todos pareciam muito bem. Não havia drogas, nem nada que fizesse um mortal chorar. Alguns homens mais velhos levaram os jovens para uma nuvem muito brilhosa. A nuvem os levou para longe da visão de Pepeu. O velho pensou: “Graças a Deus, meu filho está em um bom lugar!”
- Pepeu! Uma voz chamou seu nome novamente. O velho estava esperando rever algum amigo de antes. Seu sonho foi frustrado, pois, a sua procura estava um senhor iracundo muito impaciente.
- Vamos, vamos!
- Calma moço! Respeite minha idade!
- Não isso aqui não. O que tem de ser feito, tem de ser feito!
- É. Isso é verdade, mas, num dá para esperar um pouco não? Estou muito perturbado. Onde estou?
Seu Pepeu morou naquele lugar até chegar seu dia de retornar a terra...